Há momentos na história em que o silêncio fala mais alto que o ruído. E talvez o dado mais ensurdecedor do AI Index Report 2025 não esteja na liderança dos Estados Unidos com seus US$ 471 bilhões em investimentos privados em IA, mas sim no discreto valor atribuído ao Brasil: apenas US$ 2 bilhões.
Enquanto a locomotiva da inovação global acelera com força total, o Brasil observa da margem, como quem assiste ao futuro passar diante dos olhos sem embarcar.
Mas a provocação aqui é clara: Estamos diante de uma omissão estratégica ou da oportunidade mais subestimada das últimas décadas?
Um mapa que revela intenções (e omissões)
Entre 2013 e 2024, o mundo direcionou mais de US$ 750 bilhões para Inteligência Artificial.
Os países que mais investiram — EUA, China, Reino Unido, Israel e Canadá — não apenas injetaram capital, mas moldaram ecossistemas de inovação, atraíram talentos globais e passaram a liderar padrões éticos, técnicos e mercadológicos.
Esses países não compraram apenas tecnologia. Eles compraram o futuro.
E o Brasil? Com US$ 2 bilhões investidos em uma década, o país figura atrás de nações menores como Áustria e Holanda. Para efeitos de comparação:
- O setor de IA em saúde global recebeu US$ 10,8 bilhões em 2024;
- Só os Estados Unidos criaram 6.956 startups de IA desde 2013;
- Apenas em 2024, mais de 1.000 novas empresas de IA foram fundadas nos EUA.
A ausência brasileira nesse cenário não é apenas numérica. Ela é simbólica. Representa um vácuo de liderança, de política pública e de visão estratégica.
Imagine um país que, no início do século XX, tivesse decidido não investir em energia elétrica por considerá-la “moda passageira”. É essa a metáfora que se aplica hoje à IA.
– Ezio Tristão

Inteligência Artificial • The AI Index Report
Inteligência Artificial não é mais tendência. É infraestrutura.
Imagine um país que, no início do século XX, tivesse decidido não investir em energia elétrica por considerá-la “moda passageira”. É essa a metáfora que se aplica hoje à IA.
As áreas que mais receberam investimento em 2024 revelam um diagnóstico claro das engrenagens do futuro:
- Infraestrutura de IA e governança (US$ 37,3B)
- Gestão de dados (US$ 16,6B)
- Saúde (US$ 10,8B)
- Veículos autônomos, fintechs, manufatura, cibersegurança, NLP, robótica…
O recado é direto: Quem dominar a IA não apenas terá vantagem competitiva — terá soberania tecnológica.
E o Brasil? Para onde vamos?
Aqui está a provocação final — e mais estratégica:
O Brasil ainda pode ser protagonista. Temos mentes brilhantes, criatividade nata, problemas complexos (que demandam IA), um mercado interno gigantesco e um oceano azul para inovações aplicadas em setores como agronegócio, mobilidade urbana, segurança pública, gestão de cidades e… claro, gestão de condomínios, onde atuo e aplico IA diariamente com a plataforma eNif Co-Living e a assistente aiHa.
O que nos falta não é tecnologia. É vontade política, visão de longo prazo e coragem de investir.
o futuro não será gentil com os omissos
A inteligência artificial é o novo petróleo. Só que desta vez, não está no subsolo — está no código. E quem não construir suas próprias plataformas será eternamente refém das de fora.
Esta é a década da decisão. Ou o Brasil aprende a liderar com algoritmos… Ou será liderado por eles.
